sexta-feira, 22 de março de 2013

Resenha do livro Feita de Fumaça de Osso






Título: Feita de Fumaça e Osso
Título Original: Daughter of Smoke and Bone
Autora: Laini Taylor
Editora: Intrínseca
Páginas: 380
Ano: 2012


Sinopse: Pelos quatro cantos da Terra, marcas de mãos negras aparecem nas portas das casas, gravadas a fogo por seres alados que surgem de uma fenda no céu. Em uma loja sombria e empoeirada, o estoque de dentes de um demônio está perigosamente baixo. E, nas tumultuadas ruas de Praga, uma jovem estudante de arte está prestes a se envolver em uma guerra de outro mundo. O nome dela é Karou. Seus cadernos de desenho são repletos de monstros que podem ou não ser reais; ela desaparece e ressurge do nada, despachada em enigmáticas missões; fala diversas línguas, nem todas humanas, e seu cabelo azul nasce exatamente dessa cor. Quem ela é de verdade? A pergunta a persegue, e o caminho até a resposta começa no olhar abrasador de um completo estranho. Um romance moderno e arrebatador, em que batalhas épicas e um amor proibido unem-se na esperança de um mundo refeito.

Karou é uma garota de dezessete anos que mora em Praga. Para cima e para baixo, ela carrega cadernos de desenhos recheados de ilustrações estranhas: Seres quiméricos, meio-humanos, meio animais. Seres que seus amigos pensam serem apenas frutos de uma imaginação fértil, mas que na verdade, existem. Isso porque Karou não é uma garota normal. Seu cabelo é azul – e cresce dessa cor – ela tem estranhas tatuagens nas palmas das mãos que não consegue se lembrar de ter feito, sempre é mandada em missões estranhas e vive com demônios: o mais perto que pode chegar de uma família.
Brimstone, sua figura paterna, é um desses demônios – ou quimeras – e é um Mercador de Desejos, alguém que troca dentes por pedrinhas que valem desejos. Apesar de ensinar muitas coisas a Karou, nunca respondeu para que os dentes serviam, e nem de onde ela realmente veio. E essa pergunta, Quem é você?, parece persegui-la por todos os cantos.
É assim quando ela conhece Akiva, um anjo de olhos cor de brasa. O inimigo. Anjos e demônios tem estado em guerra por toda a eternidade, mas Akiva… Ele parece ser a resposta para todas as perguntas que Brimstone nunca pode lhe dar. Parece ser a resposta para a sensação de vazio constante que sempre a seguiu, como se faltasse algo junto a ela. Como faltasse… ele.
Ao mesmo tempo, marcas de mãos em brasa começam a aparecer em portas por todo o mundo, portas que ligam Karou àqueles que ela tem como família. Será que Akiva tem a resposta para isso também? Por que parece tão impossível se manter longe dele, por que ele mexe tanto com ela?
Era uma vez um anjo e um demônio que se apaixonaram. A história não acabou nada bem.


Ele a envolveu nos braços e a trouxe para junto dele, e Karou e Akiva eram como dois fósforos riscados um contra o outro para inflamar como a luz das estrelas.
Pág. 274
 

Os personagens são simplesmente cativantes. Karou tem aquela euforia típica da adolescência, mas amadurece muito quando se vê na presença de Akiva. Ela é determinada, engraçada, e o que dá para sentir é que ela tenta se entender do mesmo modo que nós tentamos entendê-la, justamente porque ela sabe tanto – ou tão pouco – quanto nós.
Akiva… Akiva é aquele personagem retratado como um deus: Lindo, grande, forte, mas que, desde as primeiras cenas, percebemos que é muito, muito devastado. Nós também vamos descobrindo-o aos poucos, e o que mais gostei é que nossa percepção dele muda durante a leitura. No início ele tem toda aquela aparência de cara malvado e amargo, mas depois… Depois nós vamos percebendo que ele só é muito machucado. E o romance dos dois – se é que posso chamar de romance – parece tão improvável, mas conforme vai sendo explicado vai ficando tão bonito… Sei que já usei essa palavra, mas acho que ela define muito bem Feita de Fumaça e Osso: bonito. Belo.

O rosto dele estava tão próximo que ela podia ver o brilho do sol filtrado pelos cílios e o próprio rosto dela centrado no preto profundo das pupilas dele. Akiva olhava em seus olhos como se houvesse mundos dentro dela, maravilhas e descobertas.
Pág. 230

Por fim, outra coisa que marca muito é mensagem geral de Feita de Fumaça e Osso. O livro traz de forma fantasiosa – mas não menos verdadeira – questionamentos sobre a vida, sobre lealdade, guerra e amor. Até onde você é definido pelo seu sangue ou pelas suas escolhas? Até onde a magia é mais forte que a esperança? O que alguém é capaz de fazer para proteger alguém que ama? E até onde alguém é capaz de ir pelo verdadeiro amor?

PS: A continuação, Days of Blood and Starlight, sai agora em Novembro no EUA.


 




  

quinta-feira, 21 de março de 2013

Resenha do livro O Lado Bom da Vida





Título: O lado bom da vida
Título Original: Silver Linings Playbook
Lançamento: 2013
Páginas: 254
Editora: Intrínseca
Categoria: Romance


SinopsePat Peoples, um ex-professor de história na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, sua esposa negando-se a aceitar revê-lo e seus amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora um viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida. À medida que seu passado aos poucos ressurge em sua memória, Pat começa a entender que "é melhor ser gentil que ter razão" e faz dessa convicção sua meta. Tendo a seu lado o excêntrico (mas competente) psiquiatra Dr. Patel e Tiffany, a irmã viúva de seu melhor amigo, Pat descobrirá que nem todos os finais são felizes, mas que sempre vale a pena tentar mais uma vez. Um livro comovente sobre um homem que acredita na felicidade, no amor e na esperança.
 
Um livro comovente sobre um homem que acredita na felicidade, no amor e na esperança.
Narrado sob a perspectiva de Pat Peoples, ele acaba de sair de uma instituição psiquiátrica, que denomina como “lugar ruim”. Confuso de quanto tempo passou internado e o que se passou nesse período, Pat tem alguns objetivos em mente: enxergar o lado bom das coisas e ser melhor para poder se reconciliar com Nikki, sua ex-esposa.
Não quero ficar no lugar ruim, em que ninguém acredita no lado bom das coisas, no amor ou em finais felizes, e onde todo mundo me diz que Nikki não vai gostar de meu novo corpo, nem vai querer me ver quando acabar o tempo separados. Mas também tenho medo de que as pessoas de minha antiga vida não sejam tão entusiásticas quanto estou tentando ser agora.
Pat volta para casa, continuando o tratamento com seu novo terapeuta, Dr. (Cliff) Patel e começa entender o que aconteceu no período de sua internação, mesmo percebendo inicialmente um certo desconforto das pessoas mais próximas para falar a respeito.
- A vida é dura, Pat, e os jovens têm que saber quão difícil ela pode ser.
- Por quê?
- Para que sejam solidários. Para que compreendam que algumas pessoas têm mais dificuldades do que eles e que uma passagem por este mundo pode ser uma experiência totalmente diferente, dependendo de quais substâncias químicas estão ativas na mente de um indivíduo.
Em uma tentativa de aproximação, seu melhor amigo Ronnie o chama para jantar em sua casa e nessa ocasião apresenta sua cunhada, Tiffany. Ela começa o seguir em suas corridas diárias, mesmo sem o convite de Pat. Tiffany é viúva, um tanto estranha e também faz terapia.
Pat enxerga sua vida como um filme e para ele, todos os filmes tem finais felizes. Ele, inicialmente, é extremamente otimista e ao se deparar aos poucos com os fatos que antecederam sua internação, começa a se questionar.
- Acredito em finais felizes – digo para ele. – E acho que esse filme já durou o bastante.

 
Apesar de se aprofundar bem e mostrar da forma mais real possível as relações que envolvem todos ao redor de Pat e de Tiffany, de forma a nos colocar ao lado deles, "O Lado Bom da Vida" não é um livro confuso nem pesado demais. Pelo contrário.
Além disso, os personagens são extremamente cativantes, apesar de toda maluquice, que confesso, é algo que também me prendeu muito ao livro.
Ele é divertido, triste e emocionante. E você termina a leitura com uma vontade enorme de aproveitar a vida apesar de tudo. Ele te deixa com uma sensação de esperança.
Resumindo, Matthew Quick conseguiu escrever uma história marcante, difícil de esquecer. Quando a gente menos espera, nos pegamos pensando em algum detalhe do livro, já com saudade dos personagens e dos momentos vividos por eles.