segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Rsenha A Batalha do Apocalipse






Eduardo Spohr – Verus  Editora – 585pgs.

Resenha:Em A Batalha do Apocalipse, o autor une o Livro do Gênesis e o Livro do Apocalípse bíblicos com singular ousadia. Sem ser pedante ou tendencioso, Eduardo Spohr não se apega ao canone místico, ou mitológico, da fé cristã  para recriar as suas legiões de anjos, serafins e arcanjos. Despojado de qualquer dogma, vai além dos conceitos sobre a criação do universo, do nascimento do homem, do surgimento das civilizações, da missão do Messias, da angeologia, da demologia e da própria existência de Deus, descritos na Bíblia. Sua obra transcende o mito, a superstição, as lendas e até mesmo a fé, e desnuda  um universo onde o gênero humano não passa de fantoche nas mãos dos ganaciosos arcanjos.
Os arcanjos e anjos da mitologia criada por Sporh possuem interesses que vão além dos desejos humanos. Os homens, aliás, são tidos como seres abjetos que merecem e precisam ser exterminados. Os Arcanjos, invejosos, desalmados, bem que tentam: na expulsão do Paraíso, no dilúvio, na destruição da torre de Babel, no extermínio das cidades de Sodoma e Gomorra, além de outras catástrofes devastadoras, como a destruição da Atlântida e da fabulosa cidade de Enoque.  Constantemente em guerra, os invejosos Arcanjos estão prestes a destruir o universo para consolidar os seus planos mesquinhos de domínio. No meio desse embate apocalíptico, surgem heróis de proporções divinas que fariam Gilgamesh ficar de cabelo em pé e roer as unhas. Ablon, o Primeio General Renegado, e Shamira, a feiticeira de En-Dor, formam um par de imortais aguerridos e apaixonados que lutam para salvar a humanidade dos maléficos arcanjos. Diante do Armagedon, a luta é de uma ferocidade que me transportou imediatamente às suas fileiras, e, por diversas passagens  marcantes, me senti revestido de couraça reluzente e içado aos céus em asas igualmente potentes, tamanha é a empatia que a narrativa nos causa. 

Os cenários onde se passam a trama do livro são variados. Temos os Planos Celestes, as profundezas do Inferno,  Babilônia, Roma, China, Europa Medieval, Rio de Janeiro, Israel, abarcando uma linha de tempo que remontam aos primórdios da formação do nosso planeta terra.  Gostei muito da  parte em que Ablon viaja da China para Roma, e de lá para Israel. Toda essa parte é narrada em primeira pessoa, com muita inspiração filosófica e lutas incríveis.
Além de Ablon e Shamira, Eduardo Spohr criou personagens que transbordam vida, ferocidade, paixão, obstinação, inveja, ódio, humildade, amor e tenacidade. São tantos, que é impossível ficar indiferente ao conflito por eles perpetrado no Céu, na terra, ou mesmo nas masmorras do Inferno. Aliás, por falar no capeta, a descrição que ele faz do Inferno  é  apavorante. Uma das melhores que já tive a oportunidade de ler.

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